quarta-feira, 15 de agosto de 2007

desafio blá-bláista.

Rééé. Desafio do Blá-bláista Wagner! Dessa vez eu cumpri. ^^’
Então, Wagner começou o conto (ou tentativca de conto) a seguir e após a linha vazia eu tentei completá-lo, digamos assim.

- Merda!
Essa palavra, inexplicavelmente, conseguiu transmitir tudo o que Pedro sentiu no momento. Justo ele, que não é de falar palavrões. Não que ele seja todo politicamente correto, mas apenas prefere não ficar falando esses tipos de palavras a torto e a direito.
Pedro é um rapaz de 35 anos, filho único, nem muito bonito nem feio. Tenho o meu charme, ele sempre diz. Nunca foi o melhor da classe, nem sentava no fundão. E assim foi até a faculdade, sempre ficando naquela área de transição entre os bagunceiros e os CDFs. Eu aproveitei o melhor dos dois mundos!
Se formou em relações públicas e agora está começando a consolidar uma carreira em uma empresa. Ganha o suficiente para ter um carrinho popular e aproveitar o final de semana para sair com a noiva ou com os amigos.
Ah, sim, o nosso Pedro está noivo. Começou a namorar no último ano e agora já está com data de casamento marcado. Isso surpreendeu todos, pois era um casal que no começo vivia brigando. Encontramos um ponto de equilíbrio, diz o casal sempre em uníssono. Os pais dela simpatizaram logo de cara com Pedro, o que facilitou esse amor prosperar. É um rapaz tão bonzinho!, alega a sogra.
Pedro é torcedor do São Paulo. Não sou fanático e nem relapso. Torço na medida certa. Ele sempre vai ver os jogos do tricolor, quando dá. Sua noiva entende um pouco de futebol, o que torna as idas aos jogos mais agradáveis.
Como vocês podem ver, Pedro é uma rapaz comum. Não se perde na multidão, mas também não se destaca muito.
Porém, em plena Paulista, horário de almoço, em um dia quente, várias pessoas ficaram surpresas ao ver a expressão de Pedro...
- Merda!

E repete: - Meeeeeerdaa!
As pessoas que ficaram surpresas, ficaram ainda mais quando Pedro, repentinamente, correu pela Paulista sem direção. Todos sabiam que ele corria sem saber para onde devido à expressão de perdido que Pedro fez ao falar aquele palavrão.
Trinta e cinco anos de idade e nenhum sonho. Não tinha tempo. Tinha trabalho e em breve uma nova família. Fora o trabalho que tomara todo o seu tempo de uma só vez. Sem sossego, sem esperar por Pedro, sem dar a chance de querer ir em frente ou não. Por isso, num dia quente e rotineiro, é que se descobre que se podia ter continuado a sonhar e mesmo assim, ter um emprego e uma família.
Pedro correu mais rápido, queria deixar para trás todas as lembranças das pessoas que mais parecem almas vagando nas ruas do que pessoas de verdade. Tudo o que elas disseram, todos os conselhos. Nada mais fazia sentindo algum.
Parou numa praça qualquer, cansado, sentou em um dos bancos vazios e olhou as pessoas à sua volta, as outras. Os galhos e as folhas das árvores grandes faziam sombra. Observou a movimentação das pessoas, cada passo daquele velhinho fazendo caminhada, cada gesto da moça que passou por ele e nem olhou, as crianças que começaram a chegar ao fim da tarde com suas babás. Esqueceu do tempo por algumas horas. Porém, sabia que precisava voltar. Voltar e voltar a sonhar. Deu-se conta de que seus sonhos ainda existiam, só estavam guardados. Esperando por uma tarde dessas, a fim de conhecer o impulso e pessoas de verdades.
Pegou um táxi e voltou. E ele levou de volta, numa esperança sublime, seus pedacinhos de sonhos.

-

10 comentários:

Wagner disse...

meuuuu ficou show esse final! bem diferente do outro que a Drêycka fez.

o seu ficou mais subjetivo, mais intimo, olhando o persona, e o dela ficou mais romantico.

excelente excelente

tá de parabens, Morganna! espero que vc volta a blogar mais

bjs

Unknown disse...

nossa!
fiocu show de peteca seu final.
adorei.
bjossss

Anônimo disse...

nossa!
fiocu show de peteca seu final.
adorei.
bjossss

Mafê Probst disse...

Pedro é um sonhador. Tinha apenas esquecido ser capaz de sonhar :)

Unknown disse...

MUITO BOM.
BEM DIFERENTE DO MEU.

BJO

Unknown disse...

simplesmente... não me deu chances de procurar palavras pra descrever o que senti depois de ler o texto...

renata carneiro disse...

-
brigada pela visita,
e palas palavras!

=***

Anônimo disse...

O teu final é da metade pra baixo é??
O final ficou massa!! Rebento da geração modernista!!

Anônimo disse...

Ola menina !!!

Como vai ????

Gostei do texto e da sua continuação tb ficou bela !

Te adoro menina !

Bjaoooooo!!!

T+v!

Anônimo disse...

me diz aih uns blogs massa p eu ver